Militares deixaram capital federal no domingo (22) e devem chegar a Porto Príncipe nesta segunda-feira (23). 
País no Caribe registra 2,2 mil mortos após tremores de terra e ciclone tropical.
Os bombeiros do Distrito Federal enviados a Porto Príncipe, no Haiti, vão atuar no resgate de pessoas soterradas nos terremotos e afetadas pelo ciclone tropical que atingiu o país na última semana. Ao todo, 24 militares deixaram Brasília neste domingo (22) e devem pousar na capital haitiana nesta segunda-feira (23).
O Haiti recebe ajuda humanitária após registrar mais de 2,2 mil mortos (saiba mais abaixo). Junto aos militares, o Ministério da Defesa enviou cerca de sete toneladas de materiais de emergência. Além disso, a aeronave levou três toneladas de medicamentos.
A impressa, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, coronel William Bomfim, contou que os militares vão atuar junto com outras forças, "de países amigos vinculados à Organização das Nações Unidades (ONU)", que já estão no local.
"Basicamente, vão desempenhar o papel de bombeiro. Vão trabalhar, principalmente, no resgate em estruturas. Tem muita casa que colapsou", disse o comandante.
O militar disse ainda que as atividades dos militares na missão humanitária ainda vão ser definidas no local. "Vão avaliar o que pode ser feito", afirmou.
Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, a equipe que saiu do Distrito Federal é formada por "pessoal experiente", que atuou em ações como o desabamento e desmoronamento em Teresópolis, após forte chuva na região Serrana do Rio de Janeiro, em 2011, e em Brumadinho, em Minas Gerais.
Os militares enviados na missão também já atuaram em incidentes internacionais, como no ciclone que atingiu Moçambique em 2019, e no outro terremoto no Haiti, em 2010.
Militares do Corpo de Bombeiros do DF se preparam para ir ai Haiti 
Rotina
A previsão de chegada dos bombeiros era para a noite deste domingo, porém, uma "questão técnica" levou a Força Aérea Brasileira (FAB) a substituir a aeronave que saiu de Brasília, atrasando o desembarque. A troca de avião foi feita na Base Aérea do Cachimbo, no Pará.
Avião da FAB leva bombeiros do DF ai Haiti.
Os militares devem passar 21 dias no Haiti, quando voltarão ao Brasil. Além dos bombeiros do DF, outros oito foram enviados ao país: quatro de Minas Gerais e quatro da Força Nacional.
Segundo o comandante, eles vão ficar alojados em um espaço no centro de comando de operações organizado pela Embaixada do Brasil no Haiti. De acordo com Bomfim, os bombeiros também vão conseguir manter contato com o Brasil.
"Apesar de ser um local de desastre, eles poderão falar com a família. Temos comunicação funcionando em várias partes", disse.
Ajuda humanitária
De acordo com o Ministério da Defesa, os equipamentos de emergência enviados ao Haiti são do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, de Minas Gerais e também da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP).
Já os medicamentos e insumos estratégicos são uma doação do Ministério da Saúde. A colaboração inclui macas, colares cervicais e biombos. Segundo o governo federal, a quantidade é suficiente para atender até dez mil pessoas.
Terremoto
No dia 14 de agosto, o Haiti sofreu um terremoto de magnitude 7.2, maior que o registrado no terremoto há 11 anos, que teve intensidade 7 e matou mais de 200 mil pessoas.
O epicentro do fenômeno estava no sudoeste do país, na ponta da península Tiburon, cerca de 130 mil pessoas vivem na área. Ao todo, 2,8 mil edificações ficaram destruídas e outras 5, 4 mil danificadas.
No domingo (15), outro tremor atingiu o país, desta vez de magnitude 5,9. Já na quarta-feira (18), houve mais um, de magnitude 4,9.
Na segunda-feira (16), o Haiti foi atingido pelo ciclone tropical Grace, que levou fortes chuvas e rajadas de vento de até 75 km/h ao país. A região sudoeste, a que mais sofreu com o terremoto, foi justamente a mais atingida pelo ciclone.
fonte: G1